Segundo o relatório, por volta de 2100 o aumento de acidez vai expandir-se para norte a partir da Antárctica. Esta acidez dificulta a produção das partes rijas de animais como a estrela-do-mar e os corais, cujo exoesqueleto é formado por carbonato de cálcio. A acidificação dos oceanos torna os corais e as algas mais fracos e as ilhas ficarão mais vulneráveis ao impacto físico das tempestades e ciclones. .O fenómeno vai ter um impacto negativo no comércio tanto a nível piscatório como a nível turístico já que todo o ecossistema que depende dos recifes vai ficar em perigo.
Quando o CO2 é absorvido pelo oceano transforma-se em ácido carbónico. Actualmente o aumento de concentração de CO2 é a maior dos últimos 650.000 anos devido à actividade humana.“O oceano é um enorme sumidouro das emissões e têm absorvido cerca de 48 por cento do CO2 emitido pela humanidade desde antes da revolução industrial”, diz o relatório.
O Oceano Antárctico é dos oceanos que mais CO2 tem absorvido. Em 2060, a concentração de iões de carbonato nas águas da Antárctica será tão baixa que a aragonite, uma das formas de carbonato de cálcio existente nas conchas dos organismos, deixará de ser produzida.Esta alteração também poderá interferir com a respiração dos peixes, o desenvolvimento larvar dos organismos marinhos e com a capacidade dos oceanos para absorverem nutrientes e toxinas. A acidificação irá ter provavelmente um efeito em cascata na cadeia alimentar, que é importante para os seres humanos. As previsões dizem que durante este século o nível do CO2 na atmosfera vai duplicar aquele que existia antes da era industrial. O oceano irá continuar a absorver parte deste CO2. Muitas espécies [marinhas] necessitaram de milénios para evoluírem e não se sabe se serão capazes de se adaptar a uma acidificação do oceano relativamente rápida, na ordem de décadas e não de milénios.
Fonte:
Público
Opinião pessoal
Este tipo de problemas é relativamente recente. Na minha opinião os principais países afectados, sobretudo os ricos, só se preocuparão com ele quando as visitas ao Hawai e á Australia comecarem a diminuir, diminuindo as receitas provenientes do turismo, mas aí já será tarde e estes ambientes marinhos tão apreciados provavelmente já não existirão, embora sejam muito resistentes.