segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cientistas descobrem mecanismo no embrião responsável pela diferença entre espécies

Como é que uma estrutura celular simples ao nível do embrião deu origem a uma tão grande variedade de espécies nos animais vertebrados? A pergunta é feita há mais de um século pela comunidade científica. A possível resposta ao enigma foi publicada pela revista "Nature". Uma equipa de cientistas especialistas em embriologia diz ter descoberto o mecanismo responsável pela distinção entre os verterbrados mais complexos e outros primitivos como os anfíbios ou os peixes.

sssUtilizaram um microscópio de dois fotões para analisar o desenvolvimento dos ovos de galinhas, com um desenvolvimento semelhante ao dos mamíferos. No início, a massa indiferenciada de células que constitui o embrião movimenta-se até criar a estrutura que vai definir a formação de um corpo, num processo conhecido por gastrulação.

No estudo os cientistas revelam ter descoberto que os vertebrados mais desenvolvidos, como os mamíferos e aves, adquiriram durante a sua evolução um mecanismo de intercalação celular que posiciona a linha primitiva de células, que depois forma o eixo do embrião, no centro do embrião e não no extremo como acontece nos vertebrados primitivos. Este processo de formação da primeira estrutura embrionária visível ocorre antes e durante a gastrulação. No ser humano acontece às três semanas e é um estádio fulcral no desenvolvimento embrionário porque define quantos indivíduos vão ser formados e se vão existir mal-formações no feto.

O estudo descobriu um processo único nos grandes vertebrados, através do qual as células se organizam de uma determinada maneira, mesmo antes de ter início a gastrulação, de forma a criar a primeira estrutura visível no embrião: a linha primitiva. Esta linha marca a posição do futuro eixo do embrião

Os embriões humanos, e de outros mamíferos, têm de ser implantados no útero materno antes de se envolverem, as aves põem o ovo dentro de uma casca e os anfíbios e peixes directamente na água. Cada uma destas condições confere ao embrião características e formas únicas. No entanto, o que todos têm em comum é que antes da gastrulação o embrião é mais ou menos uma massa de células parecidas umas com as outras. É a gastrulação que inicia o processo de diferenciação e confere forma ao embrião

A descoberta da equipa tem particular importância pois é a primeira vez que os movimentos das células embrionárias são analisados ao nível do epitélio, um tecido básico do organismo em que as células estão muito próximas umas das outras, mas também porque foi possível seguir a actividade celular em embriões vivos, sem os perturbar.

Fonte:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1307176&idCanal=13

Nota Pessoal

Esta descoberta fez-me perceber que o estudo de embriões é muito mais importante para a ciência do que eu pensava. E ainda por cima saber que o processo que permitiu a evolução das espécies é igual ao que permite a formação de gémeos é fantástico.
Mais uma vez nesta descoberta vimos a ciência e a biologia lado a lado na descoberta do nosso mundo.

2 comentários:

Professor José Salsa disse...

Bom artigo para recordar nas aulas em que é abordado o desenvolvimento embrionário. A embriologia é, de facto, uma área fascinante da Biologia. Os mecanismos evolutivos (onde a selecção natural pontifica)também actuam sobre os embriões, tal como actuam sobre os gâmetas e os zigotos...

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny